[Incipit tragoedia]



 … soltam-se palavras vãs, frases entrecortadas por gritos, mãos trémulas em carícias obscenas, devaneios de um louco profeta, profanas obsessões silenciadas de rituais iniciáticos delineados em frenéticos murmúrios ditirâmbicos, incendiadas paixões irradiadas de olhares perversos e malditos, sonhos de morte prematura, horrores premonitórios em descargas de angústia e ódio cego, intermináveis buscas hedonistas em labirintos de prata, sombras inertes e solitárias, abomináveis predadores errantes em festins de putrefacta devoção, paraísos perdidos nas margens de rios de águas sanguinolentas, estátuas de sublimada nudez em contracções plásticas, súmula de noções transmutadas, corolário de imagens invertidas, de rudes aberrações sónicas, risos histéricos entoados como prenúncios de dor e medo, abraços dominadores exalando resquícios de ilusão e asfixia, contravenções lúbricas, filiações bélicas vetustas em abismos de sedução e luz...

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